ENTRE NO CLIMA E DESCUBRA OS FEITIÇOS DA NORUEGA

Inspiração para os cenários de Frozen, animação da Disney que ganhará um cruzeiro temático em junho, país tem atrativos suficientes para aquecer corpo e alma, seja cruzando os fiordes ou se jogando nos esportes de inverno

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Por Bruna Toni
Atualização:
Em Briksdalsbreen, as águas parecem ter sido mesmo congeladas por uma rainha da neve Foto: Bruna Toni/Estadão

OSLO - Quando o dano-norueguês Hans Christian Andersen deu vida à Rainha da Neve, em 1844, Dinamarca e Noruega já haviam se separado. O conto de fadas que, 169 anos mais tarde, inspirou Frozen, animação da Disney lançada em 2013, tinha como cenário um mundo sombrio, onde o bem e o mal se confrontavam. A história, um tanto diferente da versão romantizada que chegou ao cinema, assumiu novos contornos e, apesar de sua origem ser considerada dinamarquesa, foi no território norueguês que os roteiristas se debruçaram para criar o reino encantado e frio de Arendelle. De lá para cá, não foi apenas o roteiro cinematográfico que passou por mudanças. Depois da independência, em 1905, a Noruega se transformou em um dos países mais ricos e desenvolvidos do mundo – em 2014, pela primeira vez, um país teve um PIB per capita acima de US$ 100 mil. 

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Foi um longo processo. “Éramos muito pobres”, conta Dagfinn Orjasceter, nosso motorista e companheiro de viagem no caminho repleto de fiordes entre Alesund e Bergen. Com apenas 3% de terras férteis, cobertas por gelo e sob a escuridão do inverno na maior parte do ano, o país sofreu uma reviravolta na metade do século 20, quando foram descobertas grandes reservas de gás natural e petróleo no Mar do Norte. Em cem anos, a Noruega deixou de ser o país mais pobre da Europa para ver sua capital, Oslo, com o maior Índice de Desenvolvimento Humano do mundo, segundo a ONU. Outra consequência, não tão positiva aos turistas, foi o aumento do custo de vida. 

Do cenário sombrio, que pode até lembrar a história original de Andersen, a Noruega viu florescer sua cultura e economia. Investiu em educação e qualidade de vida e conseguiu atrair os olhos do mundo para as águas azuis de seus fiordes, florestas frias e montanhas cobertas de gelo, onde se pratica todo tipo de esporte, tanto no verão quanto no rigoroso inverno. Os espaços urbanos ganharam vida graças a uma arquitetura que chama a atenção nos pequenos detalhes e combina, de maneira harmoniosa, o antigo e o novo.

Apesar de a primavera já bater à porta no fim de abril, quando percorremos o país ao longo de dez dias, a neve ainda cobria parte do chão e dos telhados dos sobrados revestidos de grama, uma das maneiras mais comuns de garantir o aquecimento interno nas casas. Uma simples paleta de cores vivas e sóbrias é responsável por todo o colorido que quebra o branco da neve e o verde escuro da natureza. Feitas de madeira, mesclam na pintura extena amarelo-mostarda, vermelho-vinho, azul-escuro e, sobretudo, branco. Uma ou outra sai desse padrão, preferindo um pretinho básico. 

Ainda não havia nenhuma criança pulando nas camas elásticas que ocupavam grande parte dos quintais, principalmente em Oslo. “São as nossas piscinas”, brinca Matias Balbo, nosso guia turístico na capital e um sagaz conhecedor da cultura brasileira, apesar de sua nacionalidade argentina. 

O reino norueguês comandado na vida real por Haroldo V e Sônia não é encantado. Mas há razões para duvidar disso, sobretudo entre junho e agosto deste ano. Nesse período, Elsa, a rainha de Frozen, visitará o país ao lado da irmã Anna e do namorado dela, Kristoff. Será o primeiro cruzeiro temático da Disney na Noruega, que, por algum tempo, será Arendelle de verdade. Mais: oesta.do/disneynoruega.

 

SAIBA MAIS: Aéreo: Oslo – SP: R$ 4.648 na KLM (klm.com); R$ 4.635 na Lufthansa (lufthansa.com); conexões em Amsterdã e Munique, respectivamente.Dinheiro: 1 coroa norueguesa vale R$ 0,39. Leve a moeda local no bolso. Nos fiordes, é mais difícil encontrar caixas eletrônicos ou lugares com maquininhas.

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Fuso: 4 horas (Brasília).Site: visitnorway.com

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