Havia uma cidade encantadora chamada Paraty…

… situada no coração do Brasil. Suas ruas de pedra guardavam histórias e memórias que se entrelaçavam, transformando-se em lendas contadas ao longo dos anos.

No centro da cidade, erguia-se majestosa uma antiga igreja. Diziam que ela havia sido possuída em tempos remotos, lá no distante ano de 1722. E desde então, por quase três séculos, a igreja testemunhou as mudanças e os eventos que moldaram a cidade.

A construção da igreja era um testemunho vivo da presença dos negros naquela região. Eles eram habilidosos artesãos que ergueram as paredes e colocaram cada tijolo com cuidado, usando as pedras que encontravam próximas dali. Naquela época, os negros, pardos e docinhos, como eram chamados, tinham suas liberdades restritas, mas encontravam maneiras de expressar sua cultura e criatividade.

Próxima à igreja, havia uma capela que fora construída sobre um antigo cemitério de gavetas. Essas gavetas serviam como moradas finais para os primeiros habitantes da cidade. Era um local de memórias, onde as almas descansavam em paz.

Ao lado da capela, ficava o antigo quartel-general da Patitiba, onde os soldados portugueses estabeleciam sua presença na época. Era um tempo em que o Rio de Janeiro era a capital e a cidade de Paraty desempenhava um papel importante na defesa do território.

Na década de 1950, o quartel-general foi transformado na Biblioteca Municipal, um lugar onde o conhecimento fluía e a imaginação ganhava asas. Era uma evolução marcante para a cidade, que se adaptava aos tempos modernos preservando sua história.

Próximo à biblioteca, um prédio restaurado chamava a atenção. Era o antigo Mercado Negreiros, onde escravos eram comercializados como mercadorias. Ouro e açúcar eram trocados nesse local, enquanto os escravos sofriam nas mãos dos senhores. Na parede do mercado, um símbolo marcante: um Navio Negreiro, representação dolorosa de um passado
que não deve ser esquecido.

Ao explorar as ruas estreitas de Paraty, chegava-se a uma rua chamada Arroz do Fogo. Lá, nos tempos passados, moravam as mulheres da vida, como eram conhecidas as prostitutas da época. A rua Primavera, uma das mais bonitas do centro histórico, preservava a memória de suas histórias.

Mas Paraty não era apenas uma cidade marcada pela escravidão e pelo comércio de pessoas. Ao olhar mais atentamente, podia-se ver as marcas do passado nas casas e nas ruas. As pedras, trazidas de Azevedo Vera de Portugal, eram usadas para pavimentar as ruas, formando lindos calçamentos. Era como se os escravos, ao colocarem cada pedra no chão, estivessem deixando suas marcas e seu legado para a posteridade.

Paraty também enfrentava desafios sanitários. As casas da cidade não possuíam rede de esgoto, e as fezes e urinas eram jogadas diretamente nas ruas. Para lidar com essa situação, foram construídas três comportas ao longo da costa, permitindo que a maré subisse e levasse os resíduos para longe da cidade.

Na praia próxima à igreja, uma curiosidade se revelava. Ali, no primeiro degrau, a cidade se iniciava. Era onde as ruas eram limpas de fezes e urina, que eram levadas pelo mar. Era um sistema primitivo, mas eficiente para manter a cidade limpa.

A história de Paraty começou muito antes de sua fundação oficial. Inicialmente, o local escolhido para estabelecer a cidade histórica foi o Forte, em 1615. Porém, devido à expansão, teve que ser realocada para sua localização atual. Era uma fazenda, pertencente a uma senhora chamada Dona Geralda. Sua fazenda deu origem ao nome da rua, que até hoje leva o nome da matriarca.

Entre os desafios enfrentados pela cidade, a história registra a construção de uma capela em homenagem a Dona Geralda. Com o passar do tempo, essa capela foi substituída pela imponente Igreja da Matriz, que dá as boas-vindas a todos que chegam à cidade. Ao lado da Igreja da Matriz, ergue-se a Igreja de Santa Rita, representando a fé e a devoção do povo.

Paraty também carrega consigo a lembrança dos índios que habitavam a região. Infelizmente, a presença dos colonizadores quase levou à extinção de sua raça. Os índios foram dizimados em grande número, e apenas algumas tribos conseguiram sobreviver ao longo dos anos.

E então, na cidade de Paraty, surge um homem chamado Anderson. Ele se tornou a primeira estátua viva do escravo no Brasil. Com sua performance artística, ele representava não apenas a cultura afro-brasileira presente em nosso país, mas também a cultura de todo o mundo. Sua voz ressoava, lembrando a todos que a luta por igualdade e respeito era contínua.

A história de Paraty não acaba por aqui. Quando houver amor e respeito pela cultura afro-brasileira, pela história que moldou a cidade, a luta persistirá. A cidade continua a receber visitantes de todos os cantos do mundo, encantando-os com suas belezas naturais e riqueza cultural.

Paraty, a cidade das pedras e das histórias, segue em frente, mantendo viva a memória daqueles que a construíram com suas próprias mãos. Uma cidade que nos lembra que, ao respeitar o passado, estamos construindo um futuro mais justo e igualitário. E no coração dessa cidade cheia de histórias e encantos, encontra-se a Pousada Porto Imperial.

Com suas portas abertas para receber os viajantes em busca de uma experiência única, a pousada se destaca como um refúgio de charme e conforto. Localizada em um prédio histórico, com sua arquitetura preservada, a Pousada Porto Imperial é um testemunho vivo do passado grandioso de Paraty. Ao se hospedar ali, os visitantes têm a oportunidade de vivenciar o encanto de uma época passada, cercados pela beleza da cidade e pelo caloroso acolhimento dos moradores locais. Com quartos aconchegantes e um ambiente acolhedor, a pousada se torna um verdadeiro oásis para aqueles que desejam explorar as ruas de pedra, mergulhar na história e, ao final do dia, descansar em um ambiente repleto de história e encanto. A Pousada Porto Imperial é um verdadeiro tesouro em meio às belezas de Paraty, oferecendo uma experiência inesquecível para os viajantes que desejam se conectar com a essência e o legado dessa cidade histórica.

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